2018-10-31

COMENTÁRIOS sobre CORRELAÇÃO entre EVENTOS e DESEMPENHO


INTRODUÇÃO
         Recebemos inúmeras mensagens durante a semana (23 a 29/10/18) de pessoas ligadas aos desfiles da cidade que opinaram sobre a CO-RELAÇÃO ENTRE EVENTOS E DESEMPENHO NO DESFILE.   Como era de se esperar, as mensagens recebidas em alguns casos apresentavam posicionamentos completamente divergentes entre si, o que torna ainda mais importante essa coleta de dados.
          Recebemos resposta de vários profissionais da área e dirigentes dos mais variados setores, além de interessados e colaboradores que participam dos desfiles de carnaval da cidade de Niterói e muito embora algumas mensagens não fizessem referência ao tema abordado foram consideradas EXTREMAMENTE RELEVANTES e entendemos que deveriam também ser publicada e, por esse motivo, apresentamos além das considerações do tema propriamente dito, opiniões e considerações de questões como: LOCAL DO DESFILE, NÚMERO DE COMPONENTES, CARROS ALEGÓRICOS (quantidade e tamanho), entre outros.
         Vamos ao conteúdo dos comentários dos que autorizaram expressamente a citação nominal de suas posições e entendimentos, apresentados em dois tópicos distintos.
        
OS EVENTOS e OS DESFILES


         Um dos primeiros a responder o foi o experiente carnavalesco JÚNIOR BOMBOM, campeão em vários anos em diversas categorias.
         Bombom entende que quando as Agremiações costumar realizar eventos em suas quadras acabam por ganhar credibilidade, mostrando seriedade, organização e determinação. Tal fato repercute positivamente para a Escola, conseguindo com isso trazer para junto de si mais componentes e eventuais patrocinadores. Conclui dizendo ser bom todo esse burburinho antes do desfile, fazendo que a expectativa por um bom desempenho seja grande.
          Quem também atendeu com presteza nosso apelo e comentou sobre o tema foi OLENIR, dirigente da Unidos da Região Oceânica, que consideramos um dos mais aptos a tratar do tema vez que sempre presente nos eventos das Escolas da cidade.
         Percebe-se a preocupação de eventual esvaziamento dos eventos em virtude da coincidência de datas, no que afirma que um procedimento adequado para a marcação é  “as escolas teriam de sentar e conversar sobre as data” pois a marcação dos eventos nos mesmos dias “divide o público, as quadra ficam vazias e isso é chato, lamentável”, concluiu.
   
      O experiente dirigente acrescentou muito ao lembrar que a Prefeitura Municipal deve dar mais atenção ao Desfile na cidade para que possamos, em um primeiro momento, voltar a sermos “o segundo do estado”, ao invés de apenas dedicarem-se as Escolas que desfilam no Rio de Janeiro .
         Sempre atento, CIDCLEI COSTA, Presidente do G.R.E.C. Garra de Ouro também foi um dos primeiros a responder. Cabe ressaltar que Cidclei é extremamente atuante nas redes sociais, tendo ainda sido o idealizador e mantenedor do mais importante grupo de sambistas da cidade na rede social Whatsapp (EU SOU O SAMBA – Niterói/R.J.). O amigo de longa data e cujos eventos regulares de sua Agremiação tenho a honra de acompanhar desde 2009, sempre promoveu eventos, mesmo sem possuir Quadra própria. Foi exatamente sobre essa questão – ter ou não um local próprio para realização de eventos – foi o primeiro aspecto abordado, vez que dentre as 4 Agremiações citadas no gráfico de desempenho (postado junto ao link para acesso ao texto) nem todas as referenciadas possuem quadra.
         A importância dos EVENTOS, também ressalta Cidclei, “É A ÚNICA FORMA DE NOS MANTERMOS VIVOS”, afirmando que sem eles seríamos ainda mais esquecidos do atualmente. Enfatiza que somente quando precisam de nosso apoio é somos lembrados pelo Poder Público. Conclui afirmando que nos Desfiles da Rua da Conceição as Escolas de Samba “TÊM DE TIRAR DA MENTE O QUE O BOLSO NÃO PODE PAGAR ”.
         CHAYNNE AZEVEDO, cujo feito maior pode ser considerado ter conseguido o primeiro lugar entre as Agremiações do Grupo Principal em 2018 pelo G.R.E.S. Alegria da Zona Norte, comentou o assunto através da rede social facebook, afirmando que “Eventos são fundamentais para essa engrenagem chamada Carnaval. Devemos promover a cultura sempre e nos últimos anos estamos melhorando aos poucos. Temos muito a melhorar, mas tenho certeza que estamos no caminho certo. Quem não é visto, jamais será lembrado. Vamos nessa pegada que final tudo dará certo!”.
         O gráfico que fora postado com o link chamou a atenção de várias pessoas pela ausência da sempre bem-posicionada IMPÉRIO DE ARARIBÓIA, que foi lembrada como EXCEÇÃO A REGRA.
         O primeiro a citá-la como exemplo foi MARCELO, Dirigente da própria Agremiação, que ressaltou que as agremiações que “apresentam um trabalho digno” deveriam, estas sim, contar com mais apoio da Prefeitura Municipal de Niterói durante o ano para poder viabilizar atividades como esta. Em seu entender “a realização de eventos e o desempenho nos desfiles não faz muita diferença, pois algumas Agremiações por falta de espaço e pelo problema da violência em algumas comunidades  ficam com medo de investir e ter prejuízo”, afirma.
         MÁRCIO FUMAÇA, assim como Marcelo citou a Império de Araribóia, dizendo que  a agremiação“(...)a única que não faz festa aberta acho ser império de Araribóia”, para ressaltar que mesmo sem realizar eventos sempre faz bons desfiles. Muito embora ache errado não fazer eventos conclui o raciocínio deixando claro que quem não fizer um carnaval “decente” não pode sair-se bem junto aos jurados. Esclarece que pessoas como nós – que acompanham desde a concentração as Agremiações – podemos identificar pelos carros alegóricos e fantasias quem irá fazer bons desfiles.
         CAMILLO BORGES, que por anos integrou o quadro social da SABIÁ e que, no mesmo período, cobriu os preparativos para o desfile de praticamente todas as Agremiações da cidade respondeu-nos que “logicamente que sim”, existe correlação entre realização de eventos e bons desfiles. Chamou atenção para uma outra atividade que corrobora com bons desfiles, os ensaios técnicos, afirmando que “a realização de ensaios técnicos facilita muito o desenvolvimento da Agremiação na Avenida”. Esclarece que mesmo estando temporariamente afastado como dirigente, acompanha pela internet o que acontece na Rua da Conceição e percebe que “os sambas são muito bem escolhidos e o carnaval muito bem apresentado” e que mesmo as Escolas que não possuem Quadra própria tem conseguido espaços para realizar eventos e que isso serve para “mobilizar e animar as comunidades”.
         ALMIR ALVES, o Ferreiro MI, no que se refere ao CARNAVAL DE 2018, estava contente com a organização, que em sua concepção havia, mesmo que pouco, melhorado. Mi acompanha os desfiles ao lado da família todos os anos considerou que “antigamente o carnaval começava cedo” e que acha que falta “entusiasmo e vontade” de alguns dirigentes para realizar os eventos.
         Experiente artesão, considerado o melhor ferreiro de carnaval da cidade e com décadas de experiência nessa atividade em Agremiações do Grupo Principal do Rio de Janeiro e plena atividade no Desfile de Escolas de Sambas da cidade fez considerações importantes sobre outros aspectos, como a verba para confecção das fantasias e carros serem encaminhados por volta do mês de janeiro e que a correria para confecção desses itens faz com que sejam apresentados no desfile “mal-acabados”.

OUTROS ASPECTOS DO DESFILE

         As mensagens comentaram aspectos outros sobre os Desfile de Escolas de Samba da Rua da Conceição, tais como TAMANHO, LOCAL e ORGANIZAÇÃO. Relevantes e consistentes os comentários e análises merecem referência.
         Ao contrário do FERREIRO ALMIR (MI), entende OLENIR que a organização do evento deixou a desejar, citando como exemplo o carro de som,a cronometragem, ponderando que “tem que ser mágico, pra conseguir identificar quem o início e o término”.
         Um aspecto pouco lembrado também foi abordado por OLENIR: a dispersão. A ausência de apoio da comissão de dispersão torna difícil a saída da Rua da Conceição e quanto ao tamanho dos desfiles, anseia pelo aumento do número de componentes.
         Quanto ao número de carros e tripés, somente Márcio e Olenir apresentaram os números que acham adequado para os desfiles.
         MÁRCIO FUMAÇA entende que o mínimo adequado seriam de 2 carros e um tripé),  enquanto OLENIR, além de defender  a liberação do tamanho dos carros alegóricos  acredita que “mais um carro alegórico e três tripés” já tornaria melhor o espetáculo.
         Quem também nos respondeu foi COSME FRANÇA, Presidente do Grilo da Fonte, que abordou o local onde são realizados os desfiles, que em sua opinião “já deveriam ter passado para outro lugar há muito tempo” e que “a Rua da Conceição não comporta o número de figurantes que as escolas trazem e nem as pessoas em que vão ali para ver o espetáculo”, concluindo que “a avenida do Amaral Peixoto seria o melhor lugar para os desfiles, como era antes”. Finaliza salientando que a questão da mudança de local para realização do Desfile de Escolas de Sambas “não depende só dos presidentes das escolas de samba,e sim do poder público”.
         MESTRE MAX, Mestre de Bateria de Agremiação que fora recentemente campeã na categoria principal, fez menção a DATA DA ENTREGA da verba de co-patrocínio, no que disse ser “complicado receber a verba uma semana antes do desfile” e exaltou os gestores das agremiações de Niterói dizendo que “estão de parabéns pelo milagre que fazem para que tudo de certo!!”.
         Veterano do carnaval, com mais de 40 anos de atividade junto a desfiles, o compositor GATTO DA CUBANGO afirmou que, mesmo sem participar diretamente dos desfiles da Rua da Conceição acompanha com interesse o que lá ocorre e como se desenvolve. Comentou que no desfile da Rua da Conceição, embora o espaço em seu entender esteja pequeno, frisou o fato de serem os espectadores “gente de comunidade, gente de samba” e que “as comunidades merecem” esse espetáculo. Finalizou lamentando o fato de infelizmente nem todas as Escolas de Samba possuir quadras e que entende importante a realização de eventos.
        
CONCLUSÃO

         Podemos concluir que existe muita gente interessada no desenvolvimento e que de forma coerente e analítica percebe que embora a realização de eventos colabore no momento do desfile existem exceções, pois mesmo sem realizar eventos regulares conseguem um bom desempenho em suas apresentações na Rua da Conceição, como no caso da Império de Araribóia.

3 comentários:

  1. SIDNEY RIBEIRO (via whatsapp em 01/11/18)

    Grande Morgado... Parabéns pela iniciativa. As respostas, como não poderiam deixar de ser, foram as esperadas (pelo menos por mim). Todavia, só registrar me parece chover no molhado, ou seja, falar sem agir não resulta em nada.

    Algumas escolas (e eu falei “algumas”) não tem quadra, mas também não vejo esforços para promover ensaios em praças ou ruas, a exemplo da Rua do Samba que apresenta bons eventos, como o próprio nome do projeto diz, na rua. Os clubes e salões locais nem sempre tem datas disponíveis, ou custos compatíveis, para as escolas de samba. Então ocorre a realização de mais de um evento numa mesma data, o que, consequentemente, diminui o publico, já que a famosa “comunidade” quase sempre é a mesma em todas as escolas. Isso sem contar que os ritmistas e os instrumentos da bateria atuam em mais de uma escola.

    Outro fator é que, sem eventos, as escolas não tem fonte de arrecadação, ficando refém da subvenção que a municipalidade ira disponibilizar para o carnaval. Isso influencia diretamente na qualidade do carnaval que elas apresentam. Por falta de verba, algumas escolas vivem da doação, ou venda a custos reduzidos, de fantasias por escolas maiores, ou do empréstimo de carros alegóricos. Registre-se, ainda, que as escolas não dispõem de barracão para confecção ou guarda de suas fantasias e alegorias.

    As escolas que possuem quadra ou local para eventos, seja próprio ou cedido, conseguem se estruturar de uma melhor forma, aglutinando a comunidade em seu entorno, criando a verdadeira comunidade. Além de obter alguma renda com o bar no dia do evento, o ensaio de bateria e canto (é terrível ver uma escola desfilar calada) é fundamental para uma boa apresentação.

    Não podemos esquecer que tudo em uma escola de samba gera custo: a compra instrumentos, de couro, de baquetas, de bebidas, do gelo, dos eventuais lanches e passagens pagas a alguns componentes... é um custo sem fim (talvez esse seja o motivo para falta de ensaios). Assim pouco sobra para o dia do desfile.

    Finalmente, faz-se necessário a “cobrança” contínua ao poder público para que o carnaval de Niterói seja valorizado, preservado e, consequentemente, vire um atrativo para o publico externo.

    Que minhas palavras sejam entendidas não como crítica, mas sim como uma constatação.

    Abraços
    Sidney Ribeiro

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  2. Olivier Pelé (via whatsapp em 29/10/18 – 08:56)

    “Bom dia a cidade de Niterói tem tudo para voltar a ter o melhor carnaval da região metropolitana para isso tem que ter um corpo técnico sem política com regras clara sobre fator financeiro uma organização na montagem do carnaval temos que ir para a Amaral Peixoto comprimento e largura será i gual da rua da Conceição mais vamos ter mais arquibancada para as pessoas sofrerem mesmo voltar a decoração de carnaval os bairro tem que voltar ater carnaval organizado pela prefeitura sem aluguel de ponto sem funk aí as famílias voltam a participar os blocos tem que ter uma apoio com igualdade sem descrição a ou b tenho mais ideia espero botar em prática brevemente como diretor de carnaval de Niterói ok ABS estamos as ordens”

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  3. Paulinho Sants (via comentário em post do facebook em 06/11/18)

    “Concordo com os depoimentos de todos. Concordo que os eventos credibilizam a agremiação perante a sua comunidade e engrandece o pré carnaval ainda mais, só nesse ano tivemos grandiosos eventos na cidade onde agitaram sambistas de todos os lugares um exemplo foi o da Magnólia Brasil nesse fim de semana, um belo evento onde mostrou organização e bom gosto ao meu ver isso se reflete no desfile.

    O debate, a procura de melhorias do nosso desfile é importantíssimo para melhorarmos o espetáculo, depois de mais de uma década de volta dos desfiles na cidade já poderíamos ter a avansados mais em estrutura de desfile, local de desfile, cobertura da mídia local, logística, interesse do poder público em trazer parceiros da iniciativa privada etc.. sou a favor de um calendário que não "disputasse" com os desfiles da capital para darmos mais visibilidade aos nossos desfiles como fazem cidades como Vitória ES. Temos tanto a crescer que se os órgãos públicos nos ouvissem um pouco já engrandecia a nossa festa.”

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